Apaga a Luz - Imortais

Essa semana assisti Fúria de Titãs 2 no cinema, e 300 na casa de alguns amigos.

Depois dessas duas sessões, lembrei que no final de 2011 deixei passar um filme com essa temática e acabei comprando na versão Blu-ray o filme Immortals, ou não muito diferente: Imortais!

Portanto, empunhe sua espada,  prepare um paninho para limpar seu rosto das gotas de sangue e apague a luz!

“Fight For Immortality!!!”

Imortais conta a história do herói Teseu, mas antes de continuar o texto, preciso dizer que não sou um grande estudioso da mitologia grega, porém conheço e gosto bastante de ler sobre. O plot principal do filme não existe na mitologia grega, e foi escrito especialmente para o filme, o que frustra um pouco o lado historiador de cada um, mas não tira o brilho do filme.

Teseu é apenas mais um camponês, entretanto, recebe treinamento de Zeus, existem várias formas de se contar a história de Teseu, em algumas como filho de Poseidon, em outras como filho do rei de Atenas Egeu, mas sem saber de sua paternidade. O roteiro do filme opta por não tocar nesse assunto, mas fica claro que Teseu é apenas humano e não um semi-deus.

O camponês com treinamento divino tem a missão de impedir que Hiperião e seu enorme exército liberte os titãs do tártaro, com um pequeno exército de gregos no qual Zeus espera que ele os lidere. Você já viu essa história de exército grande contra pequeno com gregos né? Espere até você dar uma olhada na fotografia do filme...

Sangue Semanal

Esse é o paragrafo que tento falar sobre as principais características do filme, e em qual elemento ele se destaca, e confesso que apesar de ser bem explicito pra quem assisti o filme, é complicado de descrever isso pra vocês leitores. As cenas de transições são sempre as mesmas e se você prestar atenção nisso tecnicamente chega a incomodar, você sabe que quando aparecer um novo cenário a movimentação da câmera será a mesma.

Os planos em sua maioria são conjuntos, com bastante componentes em tela, e não vemos muitos planos detalhes na montagem do filme, o que inevitavelmente causa a impressão de ser uma série de televisão, e não só por isso, o andamento do filme com sequências bem divididas (em todos os sentidos) causam esse efeito, como se cada sequência pudesse acontecer semanalmente que você ficaria satisfeito, apesar dessa clara separação, tudo ocorre de forma agradável e não é cansativo, como na maioria dos filmes com sequências dessa forma.

Outro ponto marcante é a violência, nenhuma gota de sangue é poupada em Imortais. Corpos cortados ao meio, cabeças literalmente explodindo e pessoas queimadas vivas.

Imortais é o tipo de filme que você larga sua namorada em casa para assistir com seus amigos, caso contrário, ela reclamará. E se você é uma garota que se interessa por minha coluna e se interessou por Imortais, parabéns, me passa seu telefone por e-mail.

Elenco

Por mais que você seja muito fã do seriado The Tudors (2007-2010), a produção de Imortais nos apresenta o novo Superman! Sim, Henry Cavill o protagonista do filme no papel de Teseu é o Men of Steel de 2013.

Apesar de não ter a voz do Leônidas (Gerard Butler), Henry Cavill traz bem a demonstração de suas emoções e cumpre bem o papel do herói Teseu. Falei da voz porque a comparação é inevitável na sequência da batalha final em que Teseu toma para si a guerra e faz um daqueles discursos que pelo menos eu me arrepio toda vez que ouço.

Mickey Rourke também faz uma atuação muito boa como o rei Hiperião, muitos trejeitos para o que mais traz imersão do elenco.

Nenhum componente do elenco compromete o filme, mas também não temos nenhuma atuação incrível, não por culpa dos atores, mas o roteiro não pede nenhuma atuação que vá além de impecável.

Direção

O filtro amarelo é muito intenso, a fotografia se adapta muito bem a roupagem do filme e os cenários são convincentes. Um ponto que chama muita atenção no filme, é a leitura que fizeram do labirinto e do minotauro em si, não vou entrar em detalhes, mas foi diferente, e que vale a pena ser conferida.

Em todo o filme de mitologia grega que vou assistir, existe um elemento que sempre critico negativamente: os deuses. E por mais polido que seja, Zeus e os outros deuses são muito bem interpretados e inclusos em meio ao seres humanos. Quando um deus anda, o Sub bate no teu ouvido como um trovão, o figurino chama atenção, brilha, é extravagante, deuses não são necessariamente velhos barbados, são jovens e bonitos. Quando os deuses entram em batalha é o momento que você “urra” assistindo o filme, é espetacular, tanto a coreografia quanto a arte nas batalhas divinas.

Falando em batalhas divinas, a guerra final do filme conta com o discurso de Teseu com batidas no escudo e subindo com uma trilha sonora escolhida a dedo, a chance de você levantar e gritar em frente a televisão é imensa!

Vale o Ingresso?

Imortais conseguiu cicatrizar a ferida que a franquia Fúria de Titãs causou nos fãs de mitologia grega. Batalhas épicas, deuses imponentes, herói sem se importar em olhar para o horizonte no final da ação. E como se cicatrizar essa ferida não bastasse, matou a saudade de um dos maiores filmes do segmento: 300.

Imortais valeu muito o ingresso pra quem assistiu no cinema, e vale cada centavo de sua locação, mas como o filme espartano, prefiro ter o meu em casa... Um dia vai bater uma saudade de um bom filme de mitologia grega, e Imortais é uma excelente opção para ser revisto.