Imagine uma minhoca chamada Jim. Ele é um cara comum, uma minhoca de jardim daquelas que não fazem nada da vida. Um dia, de repente, cai do céu um traje espacial que dá a Jim duas pernas e dois braços, igual um ser humano, além de uma pistola. Nosso herói sai então em uma jornada através de lugares inusitados enfrentando inimigos muito bizarros para tentar salvar a princesa What's-Her-Name. Lógica pra que, né?
Lançado para o Sega Genesis em 1994, Earthworm Jim foi criado por Doug TenNapel e desenvolvido pela Shiny Entertainment (empresa que mais tarde faria The Matrix: Path of Neo). Em 95 o jogo foi portado para o Mega Drive, Super Nintendo e outros consoles da época. Nem precisava falar isso, mas a minhoca foi um sucesso e gerou três continuações em videogame, além de um desenho animado na TV e em 2010 um remake em HD na Live e PSN. Apesar de Earthworm Jim 2 ser uma continuação que fez jus ao nome da série, aqui vamos prezar pelo valor nostálgico e falar apenas sobre o primeiro.
Na época em que a gente escolhia na locadora os jogos cujas capas pareciam interessantes, Earthworm Jim sempre se destacava, afinal era uma minhoca com cara de mau e uma arma na mão. Isso bastava pra chamar nossa atenção e convencer-nos a levar a fita pra casa por alguns dias. Eu mesmo fiz isso muitas vezes na locadora do bairro. É um run and gun sidescroller, tipo um jogo do Mario mas muito mais maluco. As fases não são tão horizontais como nos jogos do encanador, por exemplo. É preciso achar seu caminho pulando e subindo nos lugares, usando sua cabeça para se enroscar em coisas e desempenhando outros movimentos que uma minhoca qualquer jamais sonharia fazer.
Os cenários e inimigos do jogo são fantásticos. Viajando por vários planetas, Jim acaba encontrando-se em lugares insanos, como um bungie jump numa espécie de abismo, uma fase subaquática e até dentro de um intestino. A maioria dos inimigos eu nem mesmo conseguiria explicar o que são, mas vão dos corvos da primeira fase até robôs, aliens e uns parasitas com dentes afiados. Sendo um jogo de plataforma, em boa parte das fases o perigo são as próprias fases, e o jogador deve ser preciso nos comandos pra desviar de espinhos e pular sobre superfícies perigosas. Ainda seguindo o modelo clássico, no final da maioria das fases há chefes que precisam ser derrotados para dar continuidade ao jogo. Depois de cada nível há uma espécie de fase bônus na qual Jim pilota seu foguete e o objetivo é coletar umas esferas e desviar dos fragmentos de asteróides. Groovy!
A trilha e os efeitos sonoros do jogo são ótimos, assim como na maioria dos jogos da época. As falas de Jim (Ouch! Yeepi! e algo que soa como "Whatever", mas não sei se é isso) e os efeitos característicos como o do chicote, os tiros da arma e outros sons do jogo são muito marcantes e deixam a jogatina bem mais engraçada. Quem não se lembra do "pown" ao pular nos pneus da primeira fase e o som do cachorro sendo metralhado?
Os produtores do jogo deixaram claro na época que Earthworm Jim era uma sátira aos jogos de plataforma, tanto é que arrumaram um objetivo final mais clichê impossível (salvar a princesa) e o nome da moça é What's-Her-Name, ou seja, ela não importa. Tanto é que no final ela... Não, melhor não dar spoiler. Se você ficou curioso mas não jogou ou não se lembra o que acontece no final, eu recomendo que você corra atrás e jogue esse clássico. Horas de diversão ou seu dinheiro de volta - diferente da locadora aqui do bairro, que não devolvia seu dinheiro nem mesmo se o jogo não funcionasse.
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